terça-feira, 4 de abril de 2023

  


EJA

Escrevendo e compreendendo um futuro.


 Danieli Figueira de Souza

Mendes

2018


Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina  Atividades Interdisciplinares.


1. INTRODUÇÃO

Educando Jovens e Adultos e sua trajetória.

O histórico da EJA no Brasil se mistura ao próprio desenvolvimento da educação em solo brasileiro, da chegada dos jesuítas ao direito garantido pela lei  Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 .Sabendo-se que 1854. surgiu a primeira escola noturna no Brasil cujo intuito era de alfabetizar os trabalhadores analfabetos, expandindo-se muito rapidamente. Até 1874 já existiam 117 escolas, sendo que as mesmas possuíam fins específicos, como para a alfabetização de indígenas e no Maranhão para esclarecer colonos de seus direitos e deveres. As discussões se intensificaram nas décadas de 20 e 30, com a Revolução de 30 com as mudanças políticas e econômicas e o processo de industrialização no Brasil a EJA começa a marcar seu espaço na história da educação brasileira. Na década de 40 foi regulamentado o Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP), criado pelo professor Anísio Teixeira. É possível identificar três programas que se destacaram na luta contra o analfabetismo. Dentre eles podem destacar: o MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização, de 1967-1985; a Fundação Educar-1986-1990 e o Programa Brasil Alfabetizado de 2003 até os dias atuais. Com vários programas voltados a educação para pessoas que não puderam concluir em idade adequada o ensino básico e médio, as pesquisas ainda revelam dados elevados de analfabetos no Brasil, o que traz uma indagação dos motivos dessa situação. O estudo mesmo que tardio, emancipa o educando, pois o mesmo se torna de fato um cidadão. Para os professores o desafio é um maior, pois o educando traz já uma visão de sociedade e cultura. Então vamos ao desafio, e a vitória é o bem maior; o aluno.

2. DESENVOLVIMENTO

Desde inicio da nossa trajetória como Brasileiro a grande desafio é ter uma nação totalmente alfabetizada, passando por todos os percalços, hoje o antigo supletivo, hoje o sistema EJA se mostra ainda necessário e indispensável, visto que grande parte da população ainda se encontra no analfabetismo. E o papel do professor se faz essencial, pois já urgem a necessidade de capacitar os jovens e o Adulto é fazer parte da sociedade em plenitude. Sociedade essa que cada vez mais marginaliza o cidadão sem instrução, e letramento.

Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos podem aprender ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa alegria. Na verdade, do ponto de vista da natureza humana a esperança não é algo que a ela se justaponha. A esperança faz parte da natureza humana. Paulo Freire (2002, p.80).

2.1   Um pouco mais de história

Modalidade de ensino oferecida àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade considerada ideal. Para a educação de jovens e adultos já foram estabelecidos cursos como o de madureza, suplência, supletivo, alfabetização, entre outros. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, “os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”. Além disso, “os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.”

A educação de adultos no Brasil ganhou maior importância a partir de 1932, com a Cruzada Nacional de Educação, seguido da Cruzada ABC, em 1952. No entanto, um dos programas mais importantes em termos de alcance nacional foi o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), criado em 1967, durante o regime militar. Todas essas iniciativas foram consideradas fracassadas, pois o número de analfabetos entre a população adulta não diminui de forma significativa. A ênfase na educação de jovens a adultos só foi retomada a partir dos anos 90, com a nova LDB.

2.2  Fatores Sociais e históricos.

A Educação de Jovens e Adultos iniciou logo após a Educação Jesuítica, que era apenas para formação indígena e catequista da Igreja Católica, mas passou por vários momentos de grande significado político sociais, o direito que nasceu com a norma constitucional de 1824, estendendo a garantia de uma escolarização básica para todos, não passou da intenção legal. A implantação de uma escola de qualidade para todos avançou lentamente ao longo da nossa história, somente uma parcela da população usufruía da escolarização, negros, brancos pobres e mulheres não eram contemplados. Em segundo, o ato adicional de 1834, ao delegar a responsabilidade por essa educação básica às Províncias, reservou ao governo imperial os direitos sobre a educação das elites, praticamente delegando à instância administrativa com menores recursos o papel de educar a maioria mais carente. Filhos dos ricos iam para as capitais studar e os Cidadãos de posses estudavam nos vilarejos, ainda ficando de fora mulheres e negros. E foi impedido de votar todo aquele que era analfabeto. A Constituição de 1891, primeiro marco legal da República brasileira, consagrou uma concepção de federalismo em que a responsabilidade pública pelo ensino básico foi descentralizada nas Províncias e Municípios.

A Revolução de 1930 é um marco na reformulação do papel do Estado no Brasil. Na Constituição de 1934, propôs um Plano Nacional de Educação, fixado, coordenado e fiscalizado pelo governo federal, determinando de maneira clara as esferas de competência da União, dos estados e municípios em matéria educacional: vinculou constitucionalmente uma receita para a manutenção e o desenvolvimento do ensino; reafirmou o direito de todos e o dever do Estado para com a educação; estabeleceu uma série de medidas que vieram confirmar este movimento de entregar e cobrar do setor público a responsabilidade pela manutenção e pelo desenvolvimento da educação.Foi somente ao final da década de 1940 que a educação de adultos veio a se firmar como um problema de política nacional. É possível identificar três programas que se destacaram na luta contra o analfabetismo. Dentre eles podem destacar: o MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização, de 1967-1985; a Fundação Educar-1986-1990 e o Programa Brasil Alfabetizado de 2003 até os dias atuais.

O processo de industrialização gerou a necessidade de se ter mão de obra especializada, nesta época criou – se escolas para capacitar os jovens e adultos, por causa das indústrias nos centros urbanos a população da zona rural migrou para o centro urbano na expectativa de melhor qualidade de vida, ao chegarem aos centros urbanos surgia à necessidade de alfabetizar os trabalhadores e isso contribuiu para a criação destas escolas para adultos e adolescentes.

A necessidade de aumentar a base eleitoral favoreceu o aumento das escolas de EJA, pois o voto era apenas para homens alfabetizados. Na década de 40 o governo lançou a primeira campanha de Educação de adultos, tal campanha propunha alfabetizar os analfabetos em três meses; dentre educadores, políticos e sociedade em geral, houve muitas críticas e também elogios a esta campanha, o que é nítido e que com esta campanha a EJA passou a ter uma estrutura mínima de atendimento. Com o fim desta primeira campanha, Freire foi o responsável em organizar e desenvolver um programa nacional de alfabetização de adultos, porém com o golpe militar o trabalho de Freire foi visto como ameaça ao regime; assim a EJA volta a ser controlado pelo governo que cria o MOBRAL conforme foi citado anteriormente.

O ensino supletivo foi implantado com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71. Nesta Lei um capitulo foi dedicado especificamente para o EJA. Em 1974 o MEC propôs a implantação dos CES (Centros de Estudos Supletivos), tais centros tinham influências tecnicistas devido à situação política do país naquele momento.

Em 1985, o MOBRAL findou – se dando lugar a Fundação EDUCAR que apoiava tecnicamente e financeiramente as iniciativas de alfabetização existentes, nos anos 80 difundiram – se várias pesquisas sobre a língua escrita que de certa forma refletiam na EJA, com a promulgação da constituição de 1988 o Estado amplia o seu dever com a Educação de jovens e adultos.

De acordo com o artigo 208 da Constituição de 1988:

“O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;”

Na década de 90 emergiram iniciativas em favor da Educação de jovens e adultos, o governo incumbiu também os municípios a se engajarem nesta política, ocorrem parcerias entre ONGs, municípios, universidades, grupos informais, populares, Fóruns estaduais, nacionais e através dos Fóruns a partir de 1997 a história da EJA começa a ser registrada no intitulado “Boletim da Ação Educativa”.

Nesta fase da história da Educação brasileira, a EJA possui um foco amplo, para haver uma sociedade igualitária e uma Educação eficaz é necessária que todas as áreas de ensino.

3  EJA: instrumento de emancipação e validação da CIDADANIA.

                   O indivíduo que faz a opção de frequentar a EJA almeja novas oportunidades de vida, buscando uma formação que lhe foi inviabilizada em sua trajetória escolar. São trabalhadores pouco qualificados buscando sua dignidade na integração social, resgatando assim sua auto-estima. Com base nessas particularidades, percebe-se a necessidade de que a escolarização de jovens e adultos deve estar atrelada a sua realidade e necessidades.

De acordo com Paulo Freire (2005, p. 57) “até o momento em que os oprimidos,“não tomem consciência das razões de seu estado de opressão aceitam fatalistamente a sua exploração”. Assim sendo a educação tem um papel relevante para o individuo se apropriar de conhecimentos fundamentais para o exercício da sua cidadania, pois só podemos lutar por nossos direitos se soubermos que eles existem, caso contrario seremos seres passivos diante das dificuldades vivenciadas no dia a dia, e desta forma torna-se sujeitos marginalizados. A educação e alfabetização de jovens e adultos deve-se pautar, como fator de direitos e pela procura incessante da dignidade e cidadania das pessoas envolvidas neste processo, direcionando esses educando, para reflexão e um olhar crítico da realidade dos mesmos, pois a educação deve ser uma ferramenta valiosa para a libertação dos sujeitos oprimidos. O agente facilitador é o professor, que tem de compreender a importância do ensino para esse publico  a  EJA é um direito; é a chave para o século 21; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo é a cultura de paz baseada na justiça. BIBLIOGRAFIA FREIRE, Paulo. Educação e mudança.

4 A importância da relação professor-aluno

De acordo com Freire (1996), o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, dúvidas, suas incertezas (p. 86).

Freire (1996) é mencionado por ser um dos maiores autores que verdadeiramente consolidam a relação dialética entre professor e aluno e por tratar a educação como algo de mais prazeroso na vida dos educadores, como seres que participam ativamente do processo de ensino-aprendizagem. Sempre expondo sua prática e desafiando professores que amam a profissão, comprometidos com a produção do conhecimento e, sobretudo com os que estão preocupados com o desenvolvimento de seus alunos, ao que diz respeito aos conteúdos de ensino. Dialogar, para os jovens alunos da EJA, significa tratar de assuntos que despertem o interesse deles. O diálogo é o fator preponderante para atrair a atenção dos jovens; é necessário articular as conversas informais, os risos, as piadas que percorrem a sala de aula com os conteúdos abordados. Esses são os pressupostos essenciais para tornar o cotidiano da sala de aula agradável e prazeroso. Percebe-se que a falta de comunicação causa mal-estar nos jovens, independente da idade ou série em que eles se encontram; eles têm a necessidade de ser ouvidos e percebidos. Atos de indiferença, exclusão e menosprezo afetam a auto-estima dos jovens, que não aceitam ser ignorados e, por isso, resistem e relutam contra o poder disciplinar determinado. De acordo com Dayrell (2007, p. 1.121).

4. Conclusão- Colocando em pratica

4.1 Proposta de Aula – Cozinha, cantado.


Identificação do local: Colégio Municipal

Disciplinas: Matemática, Português, Gramática.

Período de realização: Ensino fundamental inicial

Professor: XXXX Cruz


Objetivo geral: Alfabetizar.

Objetivos específicos: Leitura e escrita de texto

Conteúdos: Nesta aula o/a aluno/a poderá aprender a diferenciar alguns portadores de textos, tais como música, poema e texto instrucional, além de enriquecer seu vocabulário, aprender a ortografia das palavras através de uma atividade significativa e ampliar seus conhecimentos sobre a culinária, apresentar os conteúdos desenvolvidos.

Cronograma de atividades: 4 aulas – aproximadamente 240 minutos


3 aulas em sala 1 na cozinha do colégio.

Estratégias e recursos da aula - Fazendo Bolo e ouvindo Musica.

1- Professor/a providencie um aparelho de som e um CD que tenha a música “Cio da Terra” de autoria de Chico Buarque e Milton Nascimento e cantada por Milton Nascimento, Pena Branca e Xavantinho. Você vai encontrar outros cantores interpretando esta música, escolha aquela versão que achar melhor ou que encontrar com facilidade.

2- Leve para a classe, a letra da música escrita em um cartaz, ou passe na lousa. Caso sua escola tenha recurso de multimídia, data show é uma opção interessante, pois vamos indicar um site que você vai encontrar a música cantada por Milton Nascimento, som e letra, além de uma bela imagem do cantor.

3- Você vai precisar também, de um livro ou caderno de receitas, ou então leve algumas receitas culinárias escritas, para isso sugerimos o site http://www.livrodereceitas.com/. Este material será muito útil em suas aulas.


1ª aula – 120 minutos (2 aulas geminadas) Explorando a música “Cio da Terra”


 1- Professor/a estimule seus/as alunos/as dizendo que terão uma aula diferente. Lembre-se, não utilize uma linguagem infantilizada.

2- Questione-os/as sobre o tipo de música que gostam? O que mais gostam na música; o som dos instrumentos (melodia) ou a letra da música? Investigue quem conhece a música “Cio da Terra” de autoria de Chico Buarque e Milton Nascimento e cantada por Milton Nascimento, Pena Branca e Xavantinho? Do que fala a música? Depois de sondar estas informações ouça a música com eles/as.

3- Após ouvir pelo menos duas vezes a música para familiarizar com a melodia e a letra, peça que cantem juntos. Em seguida, apresente a letra por escrito, no cartaz ou na lousa. Entregue a cópia da letra da música ou os/as alunos/as deverão copiá-la no caderno.

4- O registro é muito importante para que eles/as confrontem as suas hipóteses sobre a escrita das palavras. Como os adultos vivem em um mundo letrado eles/as já tem familiaridade com músicas e poemas. Explique que esta música é um poema, por isto está escrita em versos e estrofes. Explore com eles/as o significado de verso (cada linha de um poema é um verso) e estrofe (grupo de versos de um poema). A rima é um recurso usado nos poemas para dar sonoridade. Consiste em colocar palavras com sons iguais a partir da última vogal tônica, mas nem todo poema tem rimas.

5- Você pode propor também uma brincadeira com rimas, você apresenta algumas imagens, retiradas de revistas, livros usados etc. Os/as alunos/as observam a imagem e falam uma palavra que rima com ela, por exemplo: imagem de um avião o/a aluno/a poderá dizer pão, chão etc.

O Cio da Terra

Composição: Milton Nascimento / Chico Buarque

Debulhar o trigo

Recolher cada bago do trigo

Forjar no trigo o milagre do pão

E se fartar de pão...

Decepar a cana

Recolher a garapa da cana

Roubar da cana a doçura do mel

Se lambuzar de mel...

Afagar a terra

Conhecer os desejos da terra

Cio da terra, a propícia estação

E fecundar o chão.


3 Registrando no caderno


1- Escreva o título da música.

2- Justifique o nome do poema cantado o por Milton Nascimento.

3- Segundo o dicionário Aurélio a palavra forjar significa “aquecer e trabalhar na forja; caldear, fabricar, fazer (...)”. O que o significa o verso do poema “forjar do trigo o milagre do pão”?

 4- Discuta com seus/as colegas e professor/a o significado de “cio da terra” no poema e registre no quadro. Significado da 1ª ESTROFE,2ª ESTROFE e 3ª ESTROFE

5- Localize no poema e circule: na primeira estrofe as palavras trigo e pão. Na segunda estrofe as palavras cana e garapa. Na terceira estrofe as palavras terra e chão.

6- Agora, descubra essas palavras no caça palavras e circule ou pinte da cor que você quiser.

2ª aula- 120 minutos (2 aulas geminadas)

Trabalhando com texto instrucional.

1- Professor/a aproveite o poema “Cio da Terra” e trabalhe um texto instrucional com a turma.

2- Os textos instrucionais descrevem etapas que devem ser seguidas. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: receitas, manuais, instruções para organizar um jogo, entre outros.

3- Inicie trabalhando com receita culinária. Resgate com eles/as a primeira estrofe do poema: “Debulhar o trigo. Recolher cada bago do trigo. Forjar no trigo o milagre do pão. E se fartar de pão...”. Pergunte para eles/as quem sabe fazer pão. Certamente algumas mulheres ou homens dirão que sabem. Pergunte-lhes como eles/as fazem e quais os ingredientes utilizam? Questione-os/as sobre como se escreve uma receita de pão. É como em uma carta que escrevo para um/a filho/a que mora longe? É como uma história que tem nos livros? Mostre o/s livro/s ou caderno de receitas que você levou para a classe. Explore o formato da receita. O que se escreve primeiro? O que vem depois? Registre na lousa uma receita ditada por eles/as, caso não se lembre de nenhuma, escolha uma receita simples de pão que você escolheu no sítio sugerido e registre para eles/as. Veja uma receita que retiramos do site: http://www.livrodereceitas.com

Massa básica para pães

Esponja: 1 e ¼ xícara leite morno,1 xícara de farinha de trigo,1 colher (chá) de açúcar,1 tablete de fermento biológico fresco (15g) esfarelado, Massa: ½ xícara de manteiga gelada,3 xícaras de farinha de trigo,1 colher (chá) de sal,2 ovos em temperatura ambiente. Para pincelar: 2 gemas batidas, Esponja: Numa tigela, misturar a farinha com o açúcar, o fermento e o leite. Cobrir com um pano seco. Aquecer levemente o forno, desligar e deixar essa mistura descansar d entro dele por 30 minutos.

Massa: Em outra tigela, misturar a farinha com o sal e a manteiga. Misturar com as mãos e fazer uma depressão no centro. Bater os ovos ligeiramente e colocar no centro. Juntar também a esponja. Mexer bem até incorporar todo o líquido. Se ficar grudento juntar mais um pouco de farinha. Transferir para uma superfície polvilhada e bater (levantar e jogar) por 10 minutos até obter uma massa elástica. Formar uma bola, colocar em tigela untada com óleo, cobrir com filme plástico e deixar descansar até dobrar de volume (+ ou - 1 hora). Abaixar a massa com o punho, transferir para superfície polvilhada e amassar por um minuto. Moldar bolinhas e colocar em assadeira polvilhada com farinha. Cobrir novamente com pano deixar descansar por mais 20 minutos. Aquecer o forno em temperatura média. Pincelar os pães com a gema batida e assar por 35 minutos ou até dourar.

Explorando a receita:

1- Qual é o principal ingrediente utilizado no pão?

2- Quantas xícaras de farinha de trigo vão gastar ao todo?

2- Quantas xícaras de farinha de trigo vão gastar ao todo?

3- Quantos ovos vão ser gastos para fazer este pão?

4- Aproximadamente quanto vai custar esta receita?

5- Quantos pães vocês acham que poderão dar nesta receita? (Trabalhando estimativa)

6- Qual seria o tamanho dos pães para que pudesse dar a quantidade que vocês sugeriram?

Tarefa para casa.

 1- As atividades para casa devem ser contextualizadas. Lembrem-se, seus/as alunos/as, provavelmente são trabalhadores/as e por isso, não tem muito tempo disponível, mas esta é uma atividade que além de ser significativa poderá ser muito útil a eles/as.

2- Proponha que para a próxima aula eles/as tragam para a classe, por escrito, uma receita de pão caseiro. Estas receitas serão socializadas, lidas para todos/as, por você professor/a ou por algum/a aluno/a que se julgar apto/a.

3- A turma deverá escolher, através de votação, uma receita que será copiada por todos/as. Professor/a você poderá explorar matematicamente os dados da eleição propondo algumas situações-problema. Exemplo: A receita de Pão Integral obteve 7 votos e a de Pão de Cristo 3. Quantos votos mínimos, a segunda receita teria que ter a mais para ganhar da primeira?

4- Que tal sugerir um lanche coletivo com os pães que eles/as fizeram a partir das receitas que trarão na próxima aula? Será uma aula deliciosa!

Avaliação

Professor/a verifique se seus/as alunos/as realmente compreenderam o conceito destes dois gêneros textuais. Para isso, questione-os/as sobre o que é uma música, o que é um poema? Qual a estrutura de um poema? E de um texto instrucional? Como é escrito? A receita de pão é um poema ou um texto instrucional? Lembre-se de pedir aos/às alunos/as que opinem sobre as atividades realizadas: Pontos POSITIVOS E NEGATIVOS e por quê.           

4.3 Propostas de Aula 2-  Nome e Sobrenome

Identificação do local: Sala de aula ou Quadra poliesportiva, com cadeiras formando um circulo.

Disciplinas: Português, Gramática

Período de realização: Ensino fundamental inicial

Professor: XXXX Cruz

Objetivo geral: Alfabetizar.

Objetivos específicos: Leitura e escrita de texto

Conteúdos: O/A aluno/a poderá perceber a importância do seu nome e sobrenome na construção da sua identidade; utilizar o alfabeto como referência na escrita das palavras; utilizar as letras maiúsculas e minúsculas no início das palavras; identificar nome próprio; ampliar seu vocabulário oral e escrito,

Cronograma de atividades: Aproximadamente quatro (4) aulas - 240 minutos.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Professor/a lembre-se, o trabalho com os nomes dos alunos é muito significativo, pois estamos trabalhando com algo que tem uma relação direta com a história de vida do aluno. É importante que você resgate com seus alunos os conhecimentos que eles/as possuem sobre a escrita dos nomes próprios; quais letras são utilizadas na escrita dos nomes das pessoas. Verifique se eles/as têm noções de letras maiúsculas e minúsculas e a sua função na escrita dos nomes, ou seja, que tipo de letra utilizou para escrever os nomes das pessoas, da cidade onde moramos, da rua etc. É importante que o aluno esteja na fase alfabética, mas se ele ainda não se encontra alfabético, esta é uma excelente atividade para que você possa desafiá-lo em suas hipóteses sobre a escrita, pois ele estará trabalhando com o alfabeto a partir de um contexto significativo que são os nomes dos alunos e utilizando um recurso lúdico, que é a música.

Estratégias e recursos da aula                  

Professor/a providencie um CD ou DVD com a música do Toquinho “Gente tem sobrenome”, sugerimos o sítio a seguir: http://www.muitamusica.com.br/941-toquinho/62121-gente-tem-sobrenome/letra/. Neste sítio você encontrará a letra da música. Você vai precisar também da “lista de chamada”, ou seja, a relação dos nomes que você tem no diário de classe, no qual faz o registro das presenças e ausências dos/as alunos/as.

1ª aula – Aproximadamente 120 min. - 2 aulas (geminadas) -60 minutos cada

1º momento - Professor/a inicie a aula dizendo que hoje fará uma “chamada” diferente. No lugar de falar o nome dos/as alunos/as solicite que cada um/a fale seu nome e sobrenome.

- Registre na lousa. Utilize um giz colorido para destacar a primeira letra do nome e do sobrenome de cada aluno.

- Questione-os sobre a função da “lista de chamada”. Depois que levantarem as suas hipóteses, esclareça-os que este é um documento importante, destinado a registrar os dados referentes à vida escolar dos/as alunos/as: a matrícula, a frequência, o conteúdo trabalhado e o desempenho escolar. Registre na frente de cada nome a presença dos/as alunos/as. Verifique se faltou algum/a aluno/a e escreva o nome dele/a também, anotando a sua ausência.

2º momento - Depois que todos falarem seus nomes e já estarem registrados na lousa, questione-os sobre as letras que iniciam os nomes e mostre-lhes o alfabeto contendo as letras maiúsculas e minúsculas, para que eles/as percebam que as letras dos nomes estão presentes no “alfabeto”.

Registrando no caderno- Professor/a aproveite que os alunos gostam de “agendas” e proponha que façam coletivamente uma AGENDA DOS ANIVERSARIANTES DA TURMA. Para isso, motive-os dizendo da importância de sermos gentis com as pessoas com as quais convivemos. Com a construção da agenda poderão saber a data de aniversário de todos os colegas, inclusive da professora. Esta atividade além de trabalhar o alfabeto, as letras e os nomes próprios ainda possibilita uma maior interação entre os colegas do grupo.

 Solicite que eles olhem no alfabeto e fale qual será o primeiro nome da agenda. Questione-os sobre o que acham que é ordem alfabética, pois faremos a agenda obedecendo esta ordem. Depois desta exploração continue o registro solicitando que eles/as digam os nomes e as datas de aniversário de cada um na seqüência. As crianças menores nem sempre têm estes dados, às vezes é necessário consultar a certidão de nascimento, mas para os adultos isto não é problema.

 Para motivar os alunos, proponha que personalizem sua agenda, para isso cada um poderá escolher como quer decorar. As crianças gostam de colar adesivos infantis, fazer desenhos, já os adultos são mais práticos, porém algumas mulheres gostam de “enfeitar” suas agendas também. Se o tempo for insuficiente, proponha que façam a decoração da agenda em casa.

AGENDA: ANIVERSARIANTES DA TURMA, PROFESSOR ,NOMES DOS ALUNOS DATA DO ANIVERSÁRIO.

4º momento- Explore a AGENDA construída junto com os/as alunos/as utilizando as questões a seguir:

1- Qual o nome que tem o maior número de letras? E o que possui o menor número de letras?

2- Observe os primeiros nomes dos colegas. Em sua turma há nomes com todas as letras do alfabeto? Se estiver faltando anote qual é esta letra.

3- Circule seu nome na agenda que você copiou.

4- Que nome foi escrito antes do seu? É nome masculino ou feminino?

5- Que nome vem depois?

6- A letra de seu nome ocupa qual lugar no alfabeto?

7- Há nomes que começam com a mesma letra? Quais são eles? Sublinhe estes nomes.

8- Há mais de um/a aluno/a que possui o mesmo nome? Se houver qual deles está primeiro? Por quê?

9- Explore ao máximo a repetição de letras, os agrupamentos de nomes iniciados e terminados com as mesmas letras, as diferenças entre maiúsculas e as minúsculas, a presença das letras maiúsculas no início dos nomes próprios.

2 ª aula: aproximadamente 120 min.- (2) duas aulas de 60 min. cada (geminadas)

Nome próprio e apelidos.

           1º momento: professor/a retome com seus/as alunos/as a AGENDA que vocês elaboraram. Questione-os sobre o que aprenderam na aula anterior. Observe atentamente as respostas, pois este é um excelente momento para você avaliar e verificar se eles compreenderam ou não o que foi trabalhado. Aprendemos que todos/as tem um nome e sobrenome e que para escrever os nomes das pessoas nós começamos com letra maiúscula. Aprendemos também que estas letras estão em nosso alfabeto e ele tem uma ordem. Mas, existem muitas pessoas que têm nomes, porém são conhecidas por seus apelidos.

            2º momento: Solicite que eles procurem no dicionário o que significa nome. Mas antes pergunte como é que farão para encontrar as palavras no dicionário. Depois que eles falarem dê alguns exemplos para que fique bem claro, explore o dicionário com eles. Quando encontrarem o significado no dicionário, peça que algum dos alunos leia. Segundo o Dicionário Aurélio nome: palavra com que se designa pessoa, animal ou coisa. Nome próprio: nome com que se nomeiam individualmente os seres e que se aplica em especial a pessoas, nações, povoações, montes, mares, rios, ruas, cidades.

            3º momento: Questione-os sobre o que eles entendem por apelido, depois solicite que encontre no dicionário o seu significado e leiam para os colegas quando encontrarem. Segundo o Dicionário Aurélio apelido: nome que se dá a alguém em lugar do seu próprio nome, e que, às vezes, é um diminutivo do nome: Chico é apelido de Francisco, Bebel é apelido de Izabel etc.

            4º momento: aproveite para explorar o aspecto afetivo dos apelidos e o modo pelo qual eles são formados. Alguns são fragmentos de nomes (exemplo: Ma para Maria, Carol para Caroline, Lili, para Eliana), outros são no diminutivo (exemplo: Carlinhos, Pedrinho, Paulinho), ou no aumentativo (Paulão, Carlão, Pedrão). Mas, temos também aqueles que não têm nenhuma vinculação com o nome próprio da pessoa.

            5º momento: é importante deixar que eles/as relatem os exemplos. Aproveite e faça a lista com os nomes e apelidos de colegas da turma, mas desde que o/a aluno/a autorize, caso a pessoa não goste do apelido não utilize e aproveite para conversar com a turma sobre o respeito ao/a colega.

           6º momento: Questione-os sobre o que é o sobrenome. Qual é o lugar que ele ocupa, vem em primeiro ou segundo lugar? O que ele representa? Depois de levantar as hipóteses dos/as alunos/as, retome novamente o dicionário e solicite que eles procurem o significado de sobrenome. De acordo com o Dicionário Aurélio sobrenome: nome de família vem após o primeiro nome.

 7º momento: motive os alunos perguntando se gostam de cantar. Solicite que todos/as ouçam com atenção a música “Gente tem sobrenome” de Toquinho. Quem souber a letra poderá cantá-la.

Para tornar a aula mais divertida e interessante proponha uma coreografia, caso não queira que os alunos se movimentem na sala, faça os gestos apenas com os braços e mãos e eles mesmo sentados, repetirão. Mas, se quiser uma aula mais animada peça que todos se levantem e façam uma coreografia utilizando movimentos que expressem o que está sendo cantado.


“Gente tem sobrenome” Toquinho 

Todas as coisas têm nome  ,casa, janela e jardim ,coisas não têm sobrenome. Mas a gente sim. Todas as flores têm nome ,rosa, camélia e jasmim , flores não têm sobrenome. Mas a gente sim. O Chico é Buarque, Caetano é Veloso ,o Ari foi Barroso também e tem o São Jorge, tem o Jorge Amado. Tem outro que é o Jorge Bem. Quem tem apelido, Dedé, Zacarias ,Mussum e a Fafá de Belém ,tem sempre um nome e depois do nome. Tem sobrenome também. Todo brinquedo tem nome , bola, boneca e patins ,brinquedos não têm sobrenome  Mas a gente sim. Coisas gostosas têm nome ,Bolo, mingau e pudim , Doces não têm sobrenome , Mas a gente sim , Renato é Aragão, o que faz confusão .Carlitos é o Charles Chaplin, e tem o Vinícius, que era de Moraes ,e o Tom Brasileiro é Jobim. Quem tem apelido, Zico, Maguila , Xuxa, Pelé e He-man ,tem sempre um nome e depois do nome; tem sobrenome também.

           8º momento: entregue para cada aluno/a  letra da música e explore ao máximo os dados que ela oferece para você trabalhar e até mesmo avaliar o que os/as alunos/as aprenderam.

            9º momento: depois de cantar e fazer a coreografia leia para eles/as e depois solicite que leiam e identifiquem as oito estrofes. Questione-os: Na primeira estrofe tem nome de pessoas ou de coisas? Circulem de amarelo os nomes das coisas. Quais os nomes que aparecem na segunda estrofe? E na terceira estrofe, quais são os nomes próprios que aparecem? Quais são as letras que começam estes nomes? Circulem de vermelho a primeira letra de cada nome próprio) Faça um circulo de azul no sobrenome do Chico, do Caetano do Ary e do Jorge. Colorir de verde os apelidos que têm na terceira estrofe. E na última estrofe colorir de rosa os nomes dos brinquedos.


            Avaliação

             A avaliação será processual, ou seja, ela vai ocorrer ao longo do processo, para isso, seja criterioso/a. Registre em seu caderno de plano ou em uma ficha o que você percebeu que seus/as alunos/as tiveram mais facilidade ou mais dificuldades. Caso perceba que algum aluno/a não conseguiu compreender os conceitos trabalhados, retome com ele, dê uma atenção especial. Utilize também a atividade com a música para você verificar se os/as alunos/as assimilaram os conceitos de nome, nome próprio, sobrenome, apelido e a utilização das letras maiúsculas e minúsculas.


        5- Conclusão

O importante e que pensemos nosso conceito de educação para jovens e adultos; na fome de ler e na vontade de aprender que eles têm de uma maneira mais ampla, característica de quem já tem experiência de vida, que necessita bem mais que a própria escrita e leitura convencional necessitam acima de tudo ler as entrelinhas impostas pela problemática de ser e estar plenamente exercendo a cidadania. Usando sua própria bagagem de conhecimento para ensiná-los a serem autores de sua própria historia, dentro do contexto social e políticos, como atuantes e não mais espectadores. O ensinar e a aprender envolvem um processo coletivo de troca de experiências e idéias. A educação de Jovens e Adultos é um programa que demonstra não só na teoria, mas também na prática que é possível mudar os rumos sociais do nosso país através da educação, alfabetização; proporcionando aos jovens e adultos a alfabetização consciente, sendo esta, a formação para transformação do cidadão em seu exercício social pleno.


"Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor.” (FREIRE, 2001, p.9).

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários á prática educativa: São Paulo, Ed. Paz e Terra: 1996.

SCHETTERT, Lenir Santos. Alfabetização: vivendo e construindo a vida. 2 ed. Ijuí: Liv. Unijuí, 1987.

FERRERO, Emília. Alfabetização em Processo. 12 ed.,São Paulo: Cortez, 1998.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguistica. São Paulo: E

FREITAS, Giuliano Martins de.         “A EJA e o preparo para o trabalho”; Brasil Escola. Disponível em <HTTPS://brasilescola. uol.com.br/educacao/a-eja-preparo-para-trabalho.htm>. Acesso em 18 de abril de 2018.

WWW.http://paraosprofessores.blogspot.com.br

Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.38, p. 49-59, jun.2010 - ISSN: 1676-2584

http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/38/art05_38.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário