TRABALHO INTERDISCIPLINAR “CORPO E MOVIMENTO NA PRÁTICA ESCOLAR.”

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

“CORPO E MOVIMENTO NA PRÁTICA ESCOLAR.”

MENDES 2019

DANIELI FIGUEIRA DE SOUZA

                         Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de pontuação na disciplina de trabalho interdisciplinar.

Orientador: Prof. ELAINE VIEIRA PINHEIRO

Sumário

1        INTRODUÇÃO

2        REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3        PROPOSTA DE TRABALHO DE ENSINO

4        CONSIDERAÇÕES FINAIS

5        REFERÊNCIAS

6        ANEXOS

  1  INTRODUÇÃO

Com a percepção da importância do corpo e movimento na educação, a psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao mundo interno e externo e está relacionada ao processo de maturação, é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Por sua vez, o corpo é o lugar onde se dá toda a experiência psicomotora do indivíduo e traz de forma dinâmica informações e diversão à criança, fazendo com ela possa não só conhecer seu próprio corpo, mas também a formação geral como ser humano. Essa etapa é fundamental para se tornar um cidadão, sendo esse processo muito importante. Como nas atividades de educação física em que os movimentos corporais são colocados a exposição, é muito importante o conhecimento por parte do professor , de modo a oferecer atividades que oferecem ao grupo como um todo atividades que o trabalho em equipe ou individual seja possível ser realizado por todo os alunos, mesmo que composto por biótipos diferentes ou com  necessidades especiais .A BNCC nos norteia de como atuar para atingir a proposta do campo de experiência .

Para Le Bolch (1982, p.24, 25) “A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base, que leva a criança a tomar consciência do seu próprio corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos.” Considerando Le Bolch e a concepção de criança de 0 a 3 anos, o campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos” é de fundamental importância no desenvolvimento infantil, pois, proporciona o desenvolvimento de habilidades corporais e cognitivas, através das interações e das brincadeiras que possibilitam o movimento, os gestos e o reconhecimento do próprio corpo como principal instrumento de aprendizagens desde antes do nascimento. O conhecimento do corpo, espaço, dimensão do espaço, aprender o limite do próprio corpo, são ações que o ser humano carrega para vida toda.

2  DESENVOLVIMENTO

Corpo, gestos e Movimentos e a equidade nas realizações das atividades.

A BNCC nos traz as diretrizes, porém os planos de aulas e atividades são de responsabilidade do professor e equipe pedagógica que apoiam e trabalham as propostas de ensino. O educador tem de ter o olhar crítico sobre a sua turma de maneira a apresentar propostas que todos sejam abrangidos, e não haja segregação ou descriminação. Grande são as opções a serem trabalhadas, pois corpo e movimento trazem atividades pedagógicas envolvendo as diferentes linguagens (música, teatro, faz de conta), brincadeiras, jogos e atividades lúdicas experimentando o corpo, os gestos e os movimentos, a criança se comunica, explora, e se expressa ampliando seus saberes e o repertório de movimentos, gestos e olhares a fim de descobrir os variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo. Neste campo, as atividades de caráter cultural podem render grandes experiências para educadores e alunos. “Tem a ver com conhecer e respeitar o próprio corpo e usar as diversas linguagens para se expressar”, destaca Andrea Ramal, consultora e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio).

De maneira a trabalhar toda a turma da terceira série do ensino fundamental, segue sugestões de aula a serem implementadas, dentro dos Campos de Experiências, Corpo, gesto e movimentos, com atividades que demostram equidade pois todos podem participar independente de sua composição corporal.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Escola: Arara azul

 Professora: Maria

 Série: 3º fundamental

 Período: Matutino

 Número de alunos: 15

 Data10/09/2019 a 14 /09/2019

 TEMA: Jogando e representando – Trabalhando a imagem corporal

 ESTRATEGIA E RECURSO: Iniciar a aula refletindo sobre a imagem corporal: Vocês já perceberam que o nosso corpo consegue expressar muitas coisas: Se estamos felizes temos uma postura, tristes outra, prontos para nos defender de algo outra, com medo outra diferente. Ainda que não estivermos passando por uma determinada situação temos uma representação mental de como é o nosso corpo (magro, gordo, forte, esguio etc.) e como o nosso corpo se comporta em algumas situações. Vamos ver como isso funciona?

Recurso: Fotos de animais, fichas com nomes de bichos, giz, pedras, Espaço aberto, Espelho.

O QUE O ALUNO APRENDERÁ NESSAS AULAS:  Aprender sobre a imagem corporal e suas relações com o meio, Compreender como o simbolismo se apresenta através da cor por, explorar jogos onde a expressão corporal e o simbolismo estão presentes.

DURAÇÃO: 04 Aulas de 1 hora cada.

AVALIAÇÃO: Como avaliação, acredito que a participação e o envolvimento dos alunos devem ser acompanhados durante toda a aula. O importante para esse momento é ter uma conversa final, em roda, perguntando sobre o conteúdo de cada aula. O que aprenderam com a aula que não sabiam? Que outras maneiras aprenderam? O que gostaram e o não gostaram? Enfim, todas as perguntas que julgar necessárias para a avaliação do aprendizado para essa aula.

AULA 01: Imagem corporal

Pedir para que os alunos representem algumas situações corporalmente, essas representações se refletem no andar, no agir, no comportar, na postura etc.:

Representem como o corpo se comporta quando:

Estamos com medo;

Estamos com frio;

Estamos com sono;

Estamos com raiva; etc.

Reflexão: Podemos concluir que imagem corporal é o conceito (definição) que cada pessoa tem de seu corpo e suas partes, bem como a forma que ele se comporta ou deve se comportar em diferentes situações.

Vamos então agora vivenciar algumas brincadeiras onde o movimento corporal e as representações corporais são fundamentais?

2 Etapa:

ESPELHO

Objetivo: Desenvolver o esquema corporal, capacidade de expressão corporal, criatividade e socialização.       

Parte Prática: o professor separa a turma em duplas.  Em seguida um dos alunos da dupla, deve começar a brincadeira onde deve fazer movimentos de expressão corporal e o outro vai tentar fazer exatamente igual como se fosse um espelho. Após alguns minutos o professor sugere a troca de funções e de duplas.

Aula 02: Meus companheiros (representando corporalmente um animal)

O professor deverá preparar previamente um par de ilustrações de diferentes tipos de animais (sapos, tigres, elefantes, patos etc.). Distribuir a cada aluno, um papel dobrado onde está a ilustração de um animal (cada animal tem o seu PAR representado em outro papel, ou seja, deverá ter duas imagens de cada animal). Ao sinal do professor, os alunos desdobram o papel e veem o desenho nele representado. A partir daí os alunos deverão representar corporalmente o animal que lhe cabe buscando procurando o seu par em outro colega que também fará o mesmo.

Os últimos alunos a se reconhecerem e se agruparem sairão da brincadeira. Os papeis são recolhidos embaralhados e novamente distribuídos para uma nova rodada com os alunos remanescentes.

Ao final a dupla que conseguir permanecer no jogo será a campeã.

2 Etapa

Estórias Seriadas

Objetivo: Desenvolver a desinibição, capacidade de expressão corporal, criatividade e socialização.

Parte Prática: o professor após a primeira etapa, ainda com as fichas dos animais, começa uma história e os alunos vão criando seus personagens respectivos de acordo com suas fichas.

Importante deixar a sala com espaço livres para serem atividades prazerosas ou em local aberto.

Obs.: É muito divertido se o professor grava tudo e no final todos ouvem a narração completa.

AULA 3: Ordem (representando corporalmente uma ação)

Em fila, com uma bola de frente para uma parede lisa. O aluno deverá lançar a bola na parede e antes de agarrá-la novamente deverá representar corporalmente uma série de tarefas na seguinte ordem (uma tarefa para cada lançamento): 

1.   Sem lugar – Quieto, sem movimentar, só com as mãos e braços;

2.    Sem rir – não pode rir;

3.    Sem falar – não pode dizer nada, apenas joga a bola;

4.    Um pé – ficar em um pé só;

5.    O outro – Trocar os pés antes de receber a bola;

6.    Uma mão – receber a bola com uma mão;

7.     A outra – receber a bola com a outra mão;

8.     Bate palmas – Bater uma palma a frente do corpo;

9.     Pirueta – girar o corpo em 360º antes de receber a bola;

10.   Ao Chão – Encostar a mão no chão antes de receber a bola;

11.   Beijinhos – Mandar beijos antes de receber a bola,

12.   Abraços – Abraçar o próprio corpo antes de receber a bola,

13.   Comprimentos – cumprimentar o aluno que está atrás na fila.

14.   Passar a vez – Tampar a bola na parede e sair da frente para o próximo da fila pegar;

15.  NOVA REPRESENTAÇÃO – Criada pelo aluno que conseguir passar a vez.

Obs. Se um aluno errar em qualquer uma das etapas, passa a vez para o próximo aluno da fila. Quando retornar reinicia onde parou. O aluno que conseguir toda a sequência tem direito a acrescentar uma nova representação para que os outros cumpram. O professor poderá montar várias filas para que os alunos não esperem muito.

AULA 4: Atividade 2. Amarelinha mais comum.

Mostre para os alunos os desenhos de amarelinhas mais comuns. Selecione um espaço amplo da escola e, de posse de giz, desenhe com as crianças essas amarelinhas. Explique as regras, procurem pedrinhas para as crianças jogarem e brinquem! As regras gerais são:

(1) uma pedra é lançada na primeira casa e o jogador deve percorrer o trajeto do traçado pulando (ora com um pé, ora com os dois), evitando o quadrado onde a pedra caiu. A sequência se repete enquanto a pedra avança de casa em casa e o grau de dificuldade aumenta.

(2) Comece a brincadeira atirando a pedrinha na casa 1. Pule a casa 1 e vá passando todas as outras casas. Seu objetivo será passar por todas as outras casas (pisando com apenas um pé nas únicas e com os dois nas duplas) até chegar ao Céu, onde pisará com os dois pés. De lá, retorne do mesmo jeito, só que, dessa vez, pare antes da casa 1 e, com apenas um pé no chão, se abaixe para pegar a pedrinha e pule em direção ao início do jogo.

(3) Recomece jogando a pedra na casa 2 e assim por diante, pulando sempre a casa onde está a pedra. Se você errar a mira e a pedrinha cair fora da casa certa, perde a vez. Isso também acontece com quem pisar no inferno, colocar os dois pés no chão nas casas únicas ou na hora de recolher a pedrinha que estiver em casa dupla.

(4) perde a vez quem: pisar nas linhas do jogo; pisar na casa onde está a pedrinha; não acertar a pedrinha na casa onde ela deve cair; não conseguir (ou esquecer) de pegar a pedrinha na volta.

Essa atividade trabalha: equilíbrio corporal, visão espacial, movimentos, coordenação, estratégia e é muito divertido.

Considerações finais

A educação e seus projetos pedagógicos são sempre um desafio ao educando, pois tende ter uma sensibilidade de ver sua turma de maneira homogênea e ao mesmo tempo individual, fazer com que nenhum aluno fique sem o devido cuidado acolhedor e jamais seja excluído. No que abrange Corpo e Movimento na prática em sala de aula, devemos sempre nos equilibrar sobre a BNCC. E através dessa base trabalhar as diversas áreas como por exemplo arte, dança , teatro ,música, dentro das diversas disciplinas .Sendo essas experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva integralmente , física , psicológica e psicomotora .Os planos de aula devem atender a todas crianças sejam elas de biótipos diversos , e se tiver alguma com necessidades especiais a atividades tem que ser revista e adequada para que continue a ser uma ferramenta de desenvolvimento e aprendizagem.  

O corpo é o instrumento mais importante que o ser humano disponibiliza para trabalhar, se transformar. A pessoa, quando utiliza o corpo experimentando diversas sensações, descobrindo inúmeras possibilidades de se movimentar, de se conectar consigo mesmo, descobrindo formas de se sentir bem com seu próprio corpo (Garaudy, 1980). É nesse contexto que desenvolvemos esse eixo da Educação infantil nas propostas acima.

4   REFERÊNCIAS

 BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasília: Mec,1998.

 Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Isabel Galvão. Ed. Vozes, 1995.

  MEUER, A. de. Psicomotricidade: educação e reeducação: níveis maternal e infantil. Trad. Ana Maria Inique Galuban e Setsuko Ono. São Paulo: Manoel, 1989.

 BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

 FARAH, M. H. S. F. O corpo na escola: mapeamentos necessários. Paidéia. Ribeirão Preto, v. 20, n. 47, p.401-410, set/dez, 2010. 

MOREIRA, W.W. Contribuições do jogo e do esporte para a corporeidade de crianças e adolescentes.

 Revista @mbienteeducação. São Paulo, v. 12, n. 1, p. 192-202, jan/abr 2019.

SILVA, M. de F. G. da; SANTANA, I. M. de. Interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas de professoras do Ensino Fundamental. Revista de Educação, Ciência e Cultura. Canoas, v. 23, n. 2,2018.

 BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.